

Nascido na pequena cidade de Ypacaraí, ao sul do Paraguai e famosa pelo Lago homônimo e por suas belezas naturais, Gamarra começou a jogar futebol no Cerro Porteño, em 1991, paralelo às suas atividades na olaria do pai. O futuro craque fazia tijolos de manhã e de tarde jogava bola no Cerro. Por lá, começou no meio de campo e rapidamente se destacou pela segurança em campo, a facilidade em desarmar os adversários e, acima de tudo, a lealdade. O jogador integrou a equipe titular do clube já em 1991 e teve suas primeiras experiências como zagueiro sob o comando do treinador brasileiro Paulo César Carpegiani, que viu no talento de Gamarra uma condição de mais valia para a zaga do time, principalmente colocando-o na sobra, para roubar as bolas dos atacantes rivais. A experiência deu certo e Gamarra conquistou, ao lado do amigo Francisco Arce, o Campeonato Paraguaio de 1992, quando o time azul e grená aplicou uma sonora goleada de 5 a 0 no Libertad na partida final.

Em 1993, foi emprestado ao Independiente, ganhou sua primeira convocação para a seleção e retornou ao Cerro Porteño pouco tempo depois. Em 1994, venceu mais um título nacional e chamava cada vez mais atenção pela maturidade em campo e o baixíssimo número de faltas cometidas. Não demorou muito para que dirigentes do Internacional notassem a qualidade do zagueiro, bem como as recomendações de Carpegiani, e fizessem uma proposta. Os trâmites foram acertados e Gamarra foi jogar no Beira Rio em
1995.
A palavra “falta” não existia no livro de afazeres daquele zagueiro de cabelos vermelhos e estatura apenas mediana. Em seu manual, era possível encontrar frases como “desarmarás sempre com precisão”, “terás um senso de colocação impecável”, “se anteciparás como ninguém” e “marcarás época como um dos melhores defensores de todos os tempos”. Não é preciso dizer que Carlos Alberto Gamarra Pavón, o Gamarra, cumpriu a risca essas e muitas outras
recomendações da cartilha de um zagueiro imortal. Pois foi isso que ele foi. Gamarra encantou a todos com um futebol diferente, único e clássico. Ele não dava pontapés, não cravava suas chuteiras nas canelas dos atacantes e muito menos deixava suas equipes na mão com cartões bobos ou suspensões automáticas. Gamarra era leal, seguro, sublime. Desarmava como poucos e como muitos jamais conseguiram. Se antecipava nas jogadas e conseguia compensar a falta de estatura por conta disso. E, claro, marcava seus gols de vez em quando. Seu auge foi em 1998, quando arrebatou a todos no mundo ao disputar todas as quatro partidas da seleção paraguaia na Copa do Mundo sem cometer uma falta sequer.
Gamarra jogou contra as seleções da Nigéria, Espanha, Bulgária e França, enfrentou craques letais como Raúl González, Hristo Stoichkov, Jay Jay Okocha, David Trezeguet e Thierry Henry e não foi advertido nenhuma vez pelos árbitros. Uma monstruosidade que lhe rendeu o prêmio de melhor defensor daquele mundial e uma vaga no All-Star Team da Copa. Para coroar um ano tão brilhante, Gamarra ainda conduziu o Corinthians ao título nacional pra cima do Cruzeiro com atuações fantásticas. Uma pena que o zagueiro não tenha tido sorte maior nos clubes europeus. Mas não importa. Os privilegiados brasileiros foram espectadores da melhor fase do zagueiro mais encantador que a América do Sul produziu no final do século XX. É hora de relembrar.

Nascido em Minas Gerais em 1949, viveu sua infância na cidade de Vespasiano MG, no Bairro Cipriano, Ivo Pereira Correio, era conhecido com Pereira. Foi influenciado pelo pai a jogar futebol, trabalhava pela manha e no final da tarde joga futebol com os seu amigos Jadir, Repolho e Eustáquio alguns colega da infância o campo ficava do lado de sua casa, a bola era improvisada costurada com pano. Começou a jogar no amador do bairro com 16 anos, jogava no IMPERIAL FUTEBOL CLUBE, o campo era o mesmo que brincava no final da tarde, jogava de zagueiro ou lateral esquerdo.
O campo do Imperial era metade de grama e a outra metade era de terra, tinha uma rua no meio do campo o jogo tinha que parar quando passasse um veiculo, o vestiário ficava em uma distancia de 20 metros do campo. Na época tinha o clássico era uma rivalidade enorme, IMERIAL FUTEBOL CLUBE e BELAVISTA FUTEBOL CLUBE, a rivalidade ficava somente dentro do campo. Era um zagueiro técnico, não fazia muitas faltas, sempre saia jogando, muito leal com adversário. Esse talento todo rendeu uma convocação para seleção de Vespasiano, na época eram chamados somente os melhores para disputar um regional contra as seleções de PEDRO LEOPODO, LAGOA SANTA, SÃO JOSE DA LAPA e SANTA LUZIA, seu talento encantou a todos do bairro e da cidade. Tinha 1,89 de altura sempre de cabeça erguida uma boa colocação sabia antecipar, jogou contra Eder Alexia da seleção brasileira de 1982. Jadir que era colega de infância era um dos melhores atacantes de Vespasiano, jogou no cruzeiro e na seleção de Vespasiano, Ivo Pereira não foi profissional por falta de incentivo e oportunidade jogou ate os 50 anos, optou em curtir a família. Fez um comentário sobre os jogadores de hoje, “São muito desanimados, não tem compromisso com o Imperial, os jogadores do passado eram muito melhores e jogavam por amor a camisa e o clube.” Comentou que jogador amador não merece receber, ele tem que pagar para usufruir da estrutura que o Imperial oferece hoje para o jogador, e comentou sobre a categoria de base, é de extrema importância abrir espaço para as crianças e adolescentes uma maneira de formar atletas com a cara do Imperial.
